Entrevista com Isaura.

20:02:00



Isaura dispensa apresentações. Com apenas um Ep, Serendipity, conseguiu o seu lugar no panorama musical português.
Estive com ela no Festival Iminente (que vou falar dele num post que vai sair muito em breve) e falou-me sobre a pausa que vai fazer na sua carreira, sobre o seu mais recente single e sobre o que podemos esperar do seu futuro.

Fiquem então com a entrevista à Isaura. Espero que gostem.


Começaste na Operação Triunfo mas só alguns anos depois é que iniciaste a tua carreira a solo. Foi algo pensado ou aconteceu de forma natural?

Isaura: Eu estive na Operação Triunfo mas não achava que ir para o programa fosse a chave para começar uma carreira, mas achei que era uma boa experiência para aprender, tivemos imensas aulas e a pressão dos diretos. Foi mesmo uma experiência muito positiva, muito enriquecidora mas depois também fiquei um bocadinho saturada, muito cansada nessa altura, aquilo é muito intenso e queria acabar o meu curso. Acabei a minha licenciatura, fiz um mestrado e comecei a trabalhar e eu sempre fui muito ciente daquilo que eu queria e portanto, pelo caminho, durante esse intervalo de tempo, eu tentei uma outra produção, uma abordagem um bocadinho diferente mas não senti que fosse aquilo realmente que queria e depois, no início de 2014, cruzei-me com o Miguel, o meu manager, com quem fui desenvolvendo este projeto e aí sim senti que tinha encontrado as pessoas e os produtores certos e que já fazia sentido trabalharmos naquilo que seria o projeto Isaura, ainda por cima com o meu nome, portanto acho que foi aquilo que aconteceu. Eu não senti que havia outras coisas que eu tinha de fazer, o curso, precisava de alguma maturidade, para mim era difícil ver as minhas canções serem completamente mexidas e serem cantadas em frente a toda a gente e eu acho que tive que esperar esse tempo para me sentir mais confortável com essa ideia.

O single "Change it" foi, talvez, a música que te deu maior visibilidade. Estavas à espera de uma reação tão positiva da parte do público?

Isaura: Não, não estava mesmo nada à espera, aliás eu não sabia mesmo o que esperar. Nós quando preparamos a Useless, nós lançámos a canção na internet para ver o que acontecia, ver se as pessoas gostavam ou não, (pausa) é óbvio que nós queremos sempre fazer um bom trabalho e temos sempre noção se ele está bem feito ou não. Eu orgulhava-me do que tinha feito com a Useless, depois com a Change It e com o trabalho todo, mas não fazia ideia de como as pessoas iriam reagir e por isso é que fico sempre tão contente e tão comovida nos concertos quando oiço as pessoas a cantar porque acho que é um fenómeno bonito, as pessoas identificarem-se com o que tu escreves e compões.

E como é o teu processo de composição? É algo que gostas de fazer sozinha ou com a tua banda? 

Isaura: Na parte criativa, quando eu estou a escrever e compor as canções, até agora faço sempre esse processo sozinha, vou escrevendo, compondo. Tem resultado até agora, não quer dizer que isso não passe a ser diferente, mas eu uso muito as minhas próprias historias e o que vejo à minha volta, portanto gosto de fazer as coisas no meu canto. Depois, a parte de produzir as canções, aí é que depois elas passam para o produtor e começamos a trabalhar em conjunto, não quer dizer que não se tenha que compor outra vez uma parte da canção, por exemplo a 8 (eight) aquilo que é a parte C da música, antes era o refrão, e eu com o Ben (músico) percebemos que a canção tinha mais poder se nós rescrevêssemos o refrão e então fizemos isso, mas em geral começa em mim e faço essa parte sozinha.




Este ano lançaste um single chamado 8 (eight). Queres falar-nos um pouco sobre ele?

Isaura: Essa canção fala sobre por vezes as coisas poderem não estar bem, mas tu sabes que vão ficar bem. É uma canção de fé, de otimismo, de coisas que tu sabes que no teu coração vai ficar tudo bem e para  mim essa canção toca numa outra coisa que eu acho muito importante e que me deparo muito com isso, que é nós às vezes parece que temos de ser qualquer coisa, temos todos que estar dentro de uma caixa qualquer e ser apenas algo e eu acho que essa canção, e aliás o videoclipe, é um padre que gosta de andar de carro, uma coisa que não é tão comum e a canção foca muito isso que é nós podemos escrever canções, podemos gostar de cantar, podemos ser bons a fazer o nosso trabalho, podemos ser bons advogados à mesma, bons médicos, às vezes há um preconceito qualquer, uma incompatibilidade, parece que se fazes uma coisa não podes fazer outra e isso é uma coisa que a mim me chateia muito, então é uma canção que não só fala nesse otimismo e de saber que vai tudo ficar bem e que ao mesmo tempo tu podes ser aquilo que quiseres e que está tudo bem, é isso.

Desde o lançamento do teu Ep já fizeste 40 espetáculos, houve algum que te fosse mais especial e que ainda hoje te marca por algum motivo? 

Isaura: Olha não é mesmo tanga, eu gosto mesmo de todos os concertos, há uns mais difíceis do que outros porque às vezes o público é mais tímido, às vezes também estamos mais cansados, seja o que for mas eu gosto de todos os concertos. Se calhar, aquele que desses concertos todos eu guardo com mais carinho foi o do Super Bock porque foi assim o meu primeiro concerto grande e para mim foi mesmo importante para a minha confiança e para saber que quero cantar as minhas canções em palcos grandes.

Apesar teres tido tantos concertos, tens tido tempo para compor músicas novas ou tens apenas o foco nos espetáculos?

Isaura: Eu, para além dos concertos, tenho um trabalho e para já tenho conseguido conciliar as duas coisas. Neste momento, a razão pela qual vamos parar os concertos é para eu poder concentrar-me um bocadinho em fazer canções novas e poder preparar um trabalho novo porque o Ep é pequenino, de 5 canções, e que já estamos a tocá-lo há um ano e meio, é muito tempo à volta das mesmas canções e sinto que também está na altura de fazer outras e essa é a razão pela qual vamos parar.



E por falar em canções, o que andas a ouvir ultimamente?

Isaura: Olha, tenho ouvido muitas vezes o álbum novo do Frank Ocean, o Blonde, porque não sei, intriga-me um bocadinho, não percebo se gosto ou se não gosto, fico só intrigada, não te consigo dizer que adoro o novo álbum ou que não gosto. É estranho e então tenho ouvido porque acho que tem coisas super interessantes.


E qual é a tua música ou artista preferidos de sempre? 

Isaura: Não faço ideia, não te consigo mesmo responder a isso porque não sei se é por estar sempre a pensar em canções minhas, mas eu estou sempre a ouvir coisas nos artistas e em certas músicas e penso que se eu juntasse este bocadinho com este bocadinho dava a minha música preferida. Estou sempre à procura do melhor de cada uma, por isso não sei mesmo, às vezes também depende das fases. Eu oiço muitas coisas mesmo diferentes, e olha, um duo que eu gosto mesmo muito são os Honne, e sempre que não consigo compor vou ouvi-los ou vou ouvir Daughter por exemplo, mas não tenho assim um artista favorito.

O que podemos esperar da Isaura daqui para a frente?

Isaura: Eu agora vou estar um bocadinho mais concentrada em compor e em produzir, que é uma parte que eu gosto muito e o que ficará na mesa é um álbum com mais canções para as pessoas ouvirem.

Por último, queres deixar alguma mensagem para os leitores do blog? 

Isaura: Muito obrigada por ouvirem as minhas canções, porque esse era mesmo o objetivo, e fico mesmo contente.



             


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2 comentários

  1. Não conhecia!
    Fiquei a conhecer, e irei seguir o seu trabalho.
    Gostei muito.
    Obrigada

    www.walking-spirit.com visita

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    Respostas
    1. A Isaura é fantástica, vais ver que não te vais arrepender!! :)

      Eliminar

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